Sempre tentaram tirar o protagonismo de luta do povo negro, baseados numa história única contada pela colonização branca. Nesta história, a Princesa Isabel é colocada como heroína por ter assinado uma Lei na qual a abolição só ficou no papel.
O outro lado da história que não é contada, é que, ainda hoje somos marginalizados, excluídos do processo social e nossos corpos violados, o qual, mesmo sendo maioria, continuam nos tratando como minorias. A abolição inacabada continua alarmante, tendo em vista, direitos básicos que são negados, tal como, saúde, moradia, educação e trabalho. Querem nos manter a todo custo na condição subserviência e de escravização, nos mantendo como objetos que giram a roda do sistema racista.
Enquanto essas mazelas sociais continuarem nos acompanhando, o 13 de Maio nada mais é que um dia de afirmação de luta e resistência do povo negro.
Essa dívida histórica que o Brasil tem com o povo negro só ressalta o que nos é público e notório: a desigualdade entre negros e brancos fundamentada no racismo estrutural.
Ainda precisamos avançar muito para minimizar os impactos sofridos pela população negra. Precisamos de mais representações negras nos espaços de construção de políticas afirmativas. Precisamos construir uma perspectiva mais pragmática, dialogar com os poderes públicos sobre o atual contexto e as impossibilidades que este apresenta para o povo negro.
A luta continua pelo nosso lugar de fala e de direito, pelo nosso protagonismo histórico, pela nossa ancestralidade.
Não podemos nos calar! Não vamos nos prostrar!
Guilherme Silnatto
(@silnatto)
Integrante do Movimento Negro do PDT em Pernambuco